Questionar-se sobre a importância dos sonhos é algo muito comum para a humanidade, especialmente para aqueles interessados no mundo dos sonhos.
Frequentemente ouvimos histórias de pessoas que aprenderam com seus sonhos ou foram inspiradas por eles.
Pense na história de Paul McCartney de como seu hit Yesterday chegou a ele através de um sonho. Pense, também, que a tabela periódica dos elementos químicos de Mendeleev foi inspirada por um sonho.
O que a ciência pensa sobre os sonhos?
Há uma série de pesquisas que evidenciam que sonhar não é apenas um subproduto do sono, uma consequência do ato de dormir. Essas pesquisas mostram que os sonhos desempenham funções importantes para nosso bem-estar.
No entanto, uma parte da ciência se mostra cética em relação a essa afirmação – ou, pelo menos, se mostrou durante algum tempo.
Muitos cientistas consideram que o sonho é uma consequência não intencional do sono, algo que não traria nenhum tipo de benefício, que não poderia ser uma mensagem do nosso subconsciente.
Mas nós sabemos que não é só isso. E é o que a ciência vem comprovando através de uma série de experimentos importantes.
Mas e o sono?
O sono em si é uma história diferente.
Os cientistas já sabem há algum tempo que dormir pouco está ligado a doenças perigosas, como doenças cardíacas e derrames.
Há evidências crescentes de que a privação do sono leva a um maior risco de obesidade e doença de Alzheimer.
Grandes estudos populacionais refletem uma verdade triste: quanto mais curto for o seu sono, menor será a sua vida.
Além disso, o sono nos ajuda a manter nossas memórias e a aprender fatos e habilidades mais rapidamente, tornando-o importante para todos, incluindo bebês, estudantes, atletas, pilotos e médicos, por exemplo.
Mas, e quanto a sonhar? Afinal, qual é a importância dos sonhos? Há um propósito em sonhar?
Sim. Vários. Vejamos mais detalhes nas pesquisas a seguir.
A importância dos sonhos de acordo com importantes estudos científicos
Matthew Walker é um cientista inglês e professor de neurociência e psicologia na Universidade da Califórnia, Berkeley. É também fundador do Center for Human Sleep Science.
Ele realizou um estudo em seu laboratório e chegou à conclusão de que os sonhos têm uma função muito particular, essencial para o bem-estar do ser humano.
Diante desse estudo, Walker afirma que os sonhos ajudam a aliviar a dor de episódios difíceis e traumáticos.
É evidente que a importância dos sonhos pode ser estudada pela ciência, mas, ao mesmo tempo, também pode variar de um indivíduo para o outro.
Enquanto algumas pessoas podem usar o universo onírico para aumentar a criatividade, por exemplo, outras podem se livrar de problemas maiores, como a síndrome da cabeça explosiva, através dos sonhos lúcidos.
Bem, caso você não saiba, sonhos lúcidos são aqueles sonhos nos quais temos consciência de estarmos sonhando. Veremos sobre esse assunto com mais detalhes no final deste artigo.
Por ora, vamos nos concentrar em entender a importância dos sonhos de acordo com esse primeiro estudo de Walker.
Os sonhos ajudam a aliviar a dor de episódios difíceis e traumáticos
Dizem que o tempo cura todas as feridas, mas a pesquisa de Walker sugere que, na verdade, o tempo que passamos sonhando é o que realmente cura.
O sono da fase REM parece aliviar a dor de episódios emocionais difíceis, até traumáticos, experimentados durante o dia, oferecendo resolução emocional quando você acorda na manhã seguinte.
O sono REM é o único momento em que nosso cérebro está completamente desprovido da molécula noradrenalina (desencadeadora de ansiedade).
Ao mesmo tempo, as principais estruturas emocionais e relacionadas à memória do cérebro são reativadas durante o sono REM enquanto sonhamos.
Isso significa que a reativação da memória emocional está ocorrendo em um cérebro livre de uma substância química essencial para o estresse. Isso, então, nos permite reprocessar memórias perturbadoras em um ambiente mais seguro e calmo.
É como ter medo de aranhas e poder enfrentá-las sem o menor risco de ser atacado.
Como isso foi revelado?
Ao buscar compreender a importância dos sonhos, Walker deu início ao estudo dividindo participantes adultos saudáveis em dois grupos.
Eles deveriam assistir um conjunto de imagens indutoras de emoções. Todos eles estavam conectados a um scanner de ressonância magnética.
Doze horas depois, foram mostradas as mesmas imagens. Para metade dos participantes, as doze horas foram no mesmo dia, enquanto para a outra metade as doze horas foram separadas por uma noite de sono.
Aqueles que dormiram entre as duas sessões relataram uma diminuição significativa na emoção que sentiram em resposta ao ver essas imagens novamente.
Além disso, suas ressonâncias magnéticas mostraram uma redução significativa na reatividade da amígdala, o centro emocional do cérebro que cria sentimentos dolorosos.
Ademais, houve um reengajamento do córtex pré-frontal racional do cérebro após o sono, o que ajudou a manter uma influência amortecedora na reatividade emocional.
Por outro lado, aqueles que permaneceram acordados durante o dia não mostraram essa dissolução da reatividade emocional ao longo do tempo.
Isso por si só não diz nada sobre a importância dos sonhos. Porém, os pesquisadores registraram o sono de cada participante durante a noite intermediária entre as duas sessões de teste.
Eles descobriram que a atividade cerebral específica que refletia uma queda na química cerebral relacionada ao estresse durante o estado de sonho determinava o sucesso da terapia noturna de um indivíduo para o outro.
O potencial dos sonhos demonstrado através de outros estudos
Sonhar tem o potencial de ajudar as pessoas a reduzir a reatividade emocional, provavelmente porque o conteúdo emocional dos sonhos está associado a uma diminuição da noradrenalina no cérebro, como vimos.
O apoio a essa ideia veio de um estudo realizado por Murray Raskind em veteranos com TEPT (transtorno de estresse pós-traumático), que frequentemente sofriam pesadelos debilitantes.
Quando administrado Prazosina – um medicamento que reduz a pressão arterial e também atua como bloqueador da noradrenalina química do estresse cerebral –, os veteranos tiveram menos pesadelos e menos sintomas de TEPT do que aqueles que receberam um placebo.
Estudos mais recentes sugerem que esse efeito também pode ser demonstrado em crianças e adolescentes com pesadelos, embora a pesquisa ainda esteja no início.
As evidências apontam para uma importante função dos sonhos: ajudar-nos a aliviar nossas dolorosas experiências emocionais durante as horas em que dormimos, para que possamos aprender com elas e continuar com nossas vidas.
Os sonhos aumentam a criatividade e ajudam na resolução de problemas
A ciência já comprovou que um sono profundo não-REM fortalece as memórias individuais. Mas é no sono REM que essas memórias podem ser fundidas e combinadas de maneiras abstratas e altamente inovadoras.
Durante o estado de sonho, nosso cérebro cogitará vastas faixas de conhecimento adquirido e extrairá regras e pontos comuns abrangentes, criando uma mentalidade que pode ajudar a encontrar soluções para problemas que antes pareciam impenetráveis.
Como sabemos que sonhar é realmente importante para esse processo? Não bastaria dormir?
Não.
Um simples anagrama revelador
Em outro estudo, Walker e sua equipe reuniram alguns participantes. Então, fizeram um teste: acordaram os voluntários no meio da noite, alguns durante o sono REM e outros durante o sono não-REM.
Foi pedido que eles resolvessem quebra-cabeças de anagramas. A ideia era reorganizar letras que estavam embaralhadas para formar uma palavra (por exemplo, NOOHS = SONHO).
Primeiro, os participantes foram testados previamente, apenas para familiarizá-los com o teste. Em seguida, os cientistas monitoraram o sono deles e os acordaram em diferentes momentos da noite para realizar o teste.
Quando acordados durante o sono não-REM, eles não eram particularmente criativos – podiam resolver poucos quebra-cabeças. Porém, durante o sono REM, eles foram capazes de resolver 15 a 35% mais quebra-cabeças do que quando estavam acordados.
Não apenas isso, os participantes que foram acordados enquanto sonhavam relataram que a solução simplesmente “surgiu” em suas cabeças, como se fosse fácil.
Mais sabedoria com o sono REM
Em outro estudo, Walker e seus colegas apresentaram aos participantes uma série de fatos relacionais. Por exemplo:
- A é maior que B
- B é maior que C
- C é maior que D
Depois, eles compararam o desempenho dos participantes no teste antes e depois de uma noite inteira de sono. Eles também foram testados depois de tirarem uma soneca de 60 a 90 minutos, período que incluía o sono REM.
Aqueles que dormiram ou tiraram uma soneca tiveram um desempenho muito melhor nesse teste do que quando estavam acordados. Eles agiam como se juntassem peças díspares de um quebra-cabeça enquanto dormiam.
Alguns podem considerar isso trivial, mas é uma das principais operações que diferenciam o cérebro humano de um computador.
Também deixa clara a diferença entre conhecimento (retenção de fatos individuais) e sabedoria (saber o que todos eles significam quando você os reúne). Este último parece ser o trabalho do sono REM.
Solução criativa de problemas é melhorada através dos sonhos
Sonhar também melhora a solução criativa de problemas, de acordo com outro estudo.
Os participantes aprenderam a navegar em um labirinto virtual usando tentativa e erro. Foram auxiliados pela colocação de objetos únicos – como árvores de Natal – em certos cruzamentos no labirinto.
Após essa sessão de aprendizado, o grupo foi dividido em dois. Um dos grupos cochilou e o outro ficou assistindo um vídeo por 90 minutos.
Em seguida, os dois grupos foram acionados. O primeiro era questionado sobre o conteúdo de seus sonhos, enquanto o segundo era questionado sobre os pensamentos que passavam por suas mentes.
Depois, os participantes tentaram novamente concluir o labirinto. Aqueles que cochilaram foram significativamente melhores do que aqueles que não o fizeram, como esperado.
No entanto, os que cochilaram e relataram sonhar com o labirinto foram 10 vezes melhores na tarefa do que aqueles que cochilaram e não sonharam com o labirinto.
Observando o conteúdo desses sonhos, ficou claro que os participantes não sonharam com uma repetição precisa da experiência de aprendizado que tiveram enquanto acordados.
Em vez disso, eles estavam escolhendo fragmentos importantes da experiência de aprendizado e tentando colocá-los em seus catálogos de conhecimentos preexistentes.
É assim que sonhar nos ajuda a ser mais criativos.
5 dicas para dormir melhor
Embora a importância dos sonhos venha sendo cada vez mais evidenciada pela ciência, muitas pessoas têm problemas para dormir oito horas completas.
Nesses casos, elas podem até pensar que são a exceção à regra, ou seja, que são o tipo de pessoa que não precisa dormir muito. Mas nada poderia estar mais longe da verdade.
Pesquisas mostram claramente que as pessoas que superestimam sua capacidade de sobreviver com menos sono estão tristemente erradas.
Pensando nisso, abaixo estão 5 dicas que vão ajudar você a dormir melhor.
1. Fique longe das luzes
Verifique se o seu quarto está escuro. Além disso, certifique-se de não estar em contato com fontes de luz intensa nas últimas duas horas antes de ir para a cama. Isso inclui telas de computador e telefones celulares.
Você pode até começar a desligar as luzes da casa nas primeiras partes da noite. Isso é algo que vai ajudar a estimular a sonolência.
2. Mantenha a temperatura mais baixa
Durante a noite, procure manter a temperatura em sua casa o mais fresca possível.
Sua temperatura corporal precisa cair à noite para que você possa dormir bem. Assim, uma temperatura ambiente mais baixa ajuda a sinalizar ao seu cérebro que é hora de dormir.
3. Se preciso, saia da cama!
Se você tiver problemas para pegar no sono ou se acordar à noite sentindo-se inquieto, não fique na cama acordado. Isso treina o cérebro de que sua cama não é um lugar para dormir.
Em vez disso, levante-se e leia um livro sob pouca luz em uma sala diferente ou tente meditar. Não use computador ou telefone celular. Quando a sonolência aparecer, volte para a cama.
4. Evite cafeína e álcool
Não coma ou beba nada que contenha cafeína no final do dia. Além disso, evite consumir álcool horas antes de dormir.
Essas duas substâncias interferem no sono, mantendo você acordado ou estimulando despertares frequentes durante a noite.
5. Aprenda a ter sonhos lúcidos
Os sonhos lúcidos são como um portal mágico. Se os sonhos inconscientes já podem fazer tantas coisas incríveis em nossas vidas, imagine do que os sonhos lúcidos são capazes!
Como eu disse no início do artigo, ter um sonho lúcido nada mais é do que saber que está sonhando. Diante dessa consciência, muita coisa pode acontecer.
Quer visitar uma civilização diferente? Quer saltar de paraquedas? Quer explorar os desejos e medos do seu subconsciente? Tudo isso – e muito mais – está disponível para o sonhador lúcido.
Além de explorar o mundo onírico, com algum treinamento, é possível também controlar a narrativa dos sonhos, ou seja, sonhar com aquilo que sempre quis.
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